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  • Data: 06/05/2025
  • Escola: Liceu Jardim - 4° ano

Santos - SP

Assim como os municípios vizinhos São Vicente, Bertioga e Cubatão, Santos guarda parte importante da história do país.

Um local protegido para atracação marítima, fartura de água potável, a Mata Atlântica com boa caça e muitas frutas, e um mangue de pesca abundante e variada: esses foram alguns dos fatores que facilitaram a instalação de assentamentos de portugueses por esses lados. Antes deles, esse local privilegiado já era habitado por tupis e guaranis, imensas nações indígenas que carregam até hoje as tristes marcas dessa relação de exploração e domínio. Visitar a vila histórica de São Vicente e assistir a uma encenação teatral ao ar livre sobre a chegada dos portugueses à vila é voltar no tempo e tentar entender a visão do conquistador e do conquistado. Atrás de riquezas, tão importantes para o sustento do reino e da vila que crescia em número de almas, as incursões pelo enorme degrau da serra trouxeram pioneiros ao planalto de Piratininga, ação que une a história da fundação de São Paulo à Vila de São Vicente. Com as descobertas de ouro e pedras preciosas na região do planalto, o porto, ligação natural com Portugal, intensificou o trânsito nas trilhas da serra, além de servir ao comércio das demais localidades já existentes. Por mar, Santos ligou São Paulo a Cananéia, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís do Maranhão.

O futuro reservaria destino próspero a esse roteiro, não sem muito esforço e sofrimento, pois cabe lembrar, o clima no planalto de Piratininga era difícil até para europeus e a umidade, tão benéfica aos vegetais, destruía a saúde de quem vinha de clima seco. ...a chuva fina que nunca para e os ventos cortantes do inverno tornam impossível habitar estes campos... (trecho da publicação São Paulo quinhentista, depoimento de João Ramalho à Coroa portuguesa). Tempos modernos chegaram. Passo a passo o porto se modernizou, os caminhos para subir a serra tornaram-se mais adequados e São Paulo, com a chegada do café, tornou-se grande e forte. Cada vez mais a ligação planalto/litoral se fazia importante e tornou-se fundamental para o enriquecimento do estado.

A visão ambientalista, inexistente naquele período, apareceu quando só foi possível um enorme espanto com o que tinha sido feito e suas consequências. Apareceu quando Cubatão, maior gerador de divisas do país foi considerado o pior município do mundo em qualidade de vida, quando os mangues já estavam mortos, quando o ar e a água já estavam contaminados em níveis venenosos para o ser humano, quando a quantidade de dejetos era tão grande que o mar em torno não dava conta de absorver, e quando a paisagem e a bela cidade ali construída (uma das primeiras com planejamento urbano), começou a ser abandonada por sua população. Inacreditavelmente, a catástrofe descrita acima foi enfrentada a tempo. Com recursos próprios, do estado, da nação e do exterior, o complexo Santos/Cubatão/Bertioga/São Vicente recebeu a atenção merecida e se recompôs.

Ainda há muito o que visitar: o porto e seu museu, a bolsa do café, o centro histórico (que se conhece por de um romântico passeio de bonde elétrico), o Monte Serrat e seu sistema funicular de tração de trem, os canais controladores da maré, os mais extensos jardins do mundo que adornam toda a orla marítima, o Museu do Mar, o Museu da Pesca, o Aquário e o Orquidário são algumas das muitas visitas imperdíveis desse roteiro. Visitar Santos, Paranapiacaba, São Paulo e Campinas é viajar na história do Brasil e das conquistas européias. É refletir sobre impacto ambiental e seu custo. É pensar no futuro. 

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