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  • Data: 10/05/2024
  • Escola: Darwin - 8° ano

Ciclo Econômico do Café (Ibicaba)

As paisagens agrícolas contemporâneas, com seu modo de vida e técnicas produtivas ligadas ao agronegócio já despertam a curiosidade nos estudantes que moram nos grandes centros urbanos como São Paulo. Esse interesse pelo espaço do campo se aprofunda quando descobrem a existência de remanescentes de paisagens agrícolas do período do Brasil Colônia e Império. Vamos nos deter no tipo de fazenda presente no interior paulista, formada a partir do sistema produtivo ligado ao cultivo e beneficiamento do café, e como estudo de caso, a Fazenda Ibicaba

A região de Limeira e Rio Claro foi a segunda do estado de São Paulo onde o cultivo de café se deu de modo intensivo, permitindo a acumulação de capital e a construção de infraestrutura e edifícios de estimado valor arquitetônico, alguns deles atualmente restaurados. 

A Fazenda Ibicada, fundada em 1817 e localizada no município de Cordeirópolis, sem dúvida é uma dessas representantes. No século XIX ela foi uma das maiores fazendas produtoras de café e possui um conjunto arquitetônico preservado, composto por imponente casagrande, senzala, extensos terreiros de secagem de grãos, sistema de aquedutos, tulha contendo inúmeros equipamentos antigos, capela com altar entalhado em madeira, conjunto de casas de colono, escola, torre de relógio, além é claro de plantações de café, jardins, pomares e lago. 

A visita a Ibicaba com a UGGI Educação Ambiental desperta muita curiosidade nos estudantes quanto aos costumes, a religiosidade e a vida cotidiana nessa fazenda. Conhecida pelo pioneirismo na substituição do trabalho escravo pelos assalariados imigrantes europeus, também empregou uma série de melhorias técnicas no cultivo do café. O proprietário, Senador Vergueiro, introduziu um regime de trabalho conhecido por Sistema de Parceria, onde o dono da fazenda subvencionava a imigração de europeus com o objetivo de trabalharem em suas terras, formando as chamadas colônias. Com o tempo os colonos imigrantes 
passaram a questionar os critérios e valores, o descontentamento levou a conflitos e revoltas, houve a proibição da emigração por parte de alguns governos da Europa, e no final da década de 1850 esse sistema estava abandonado definitivamente.

Com o fim do Sistema de Parceria a fazenda voltou a adquirir mão-de-obra escrava, aumentando a sua produção e, no período entre 1860 e 1870, torna-se a maior produtora de café do país com mais de 1.250.000 pés cultivados. 

Em 1890, no entanto, a propriedade foi comprada pelos irmãos Levy, antigos colonos da fazenda. Sob a administração dos Levy, a fazenda voltou a contratar os imigrantes italianos. Com o passar do tempo a área original foi sendo fragmentada, diminuída e em 1975 foi vendida a seus atuais proprietários. Na década de 1990 passou a abrigar a função ligada ao turismo histórico-pedagógico, integrando-se ao conjunto de fazendas históricas da região. 

A UGGI Educação Ambiental preza por evidenciar as características particulares e diferenciadas de Ibicaba: o processo de formação da fazenda, a modificação do regime de trabalho, a vida dos escravos, dos colonos e as contribuições que trouxeram para a cultura nacional. Além disso, mostramos a importância da produção de café como geradora de capitais, modificando a base produtiva e econômica nacional e dando início à gênese do processo de industrialização de São Paulo. 

 

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